Trinta e um anos após aparecer na TV pela primeira vez, o personagem Fofão vai ser relançado por seu criador, Orival Pessini, em parceria com a empresa de entretenimento digital Farofa Studios.
Mistura de cachorro, urso, porco e palhaço, o alienígena bochechudo voltará da Fofolândia, seu planeta natal, para o universo infantil em games, videoclipes, desenho para a TV e também produtos licenciados. Ainda em fase de criação, o novo Fofão deve estrear primeiro virtualmente em novembro deste ano. A volta à TV, no entanto, ainda está em negociação e só deve acontecer em 2015.
Em entrevista ao UOL, Pessini contou que Fofão está passando por um processo de modernização, já que o personagem será um desenho animado e não um boneco interpretado por um humano como nos anos 80 e 90.
Encomendado por José Bonifácio de Oliveira, o Boni, então diretor geral da Rede Globo, Fofão foi criado para integrar o programa "Balão Mágico", em 1983, teve passagens pela Bandeirantes e Gazeta e saiu do ar em 1996. "A essência do Fofão vai ser preservada", garante Pessini, que acompanha todas as etapas do projeto de perto. "Ele tem a inocência da criança, não vai dançar funk, balançar a bunda até o chão ou descer na boquinha da garrafa", diz.
Criador de outros personagens, entre eles o Patropi, participantes dos humorísticos "A Praça É Nossa" e "Escolhinha do Professor Raimundo", Pessini acredita que a televisão brasileira passa por um momento de escassez em relação aos programas dedicados às crianças. "Nem a TV Cultura, que já fez coisas ótimas, tem investido mais nesse público", lamenta, acrescentando que a vontade de reviver Fofão sempre existiu, mas nunca houve a oportunidade. "Não sou dono de TV", diz.
De pai para filho
Para Pessini uma amostra do sucesso que Fofão pode ter com as crianças são os shows esporádicos em que ele se apresenta como o personagem. "As mães levam os filhos, mas ficam mais emocionadas do que as próprias crianças. No fim, elas [as crianças] também gostam". Ainda que o Fofão seja desconhecido do público infantil hoje em dia, Pessini acredita que os pais, que o curtiram nos anos 80 e 90, irão introduzir o personagem aos filhos.
No entanto, a "memória afetiva" não é a única estratégia do relançamento do Fofão. Eduardo Azevedo, sócio da Farofa Studios, diz que o objetivo da empresa é criar uma marca e lançá-la em diversos universos– da internet aos livros.
O começo, no entanto, definitivamente será na web. "O que está puxando qualquer personagem hoje em dia é a plataforma digital", afirma Azevedo, citando o game Angry Birds, como um caso que extrapolou o mundo dos jogos. Criado em 2009 para smartphones, o jogo virou websérie, projeto de filme e também inspirou um parque de diversões, na China.
Boneco do Fofão
A exemplo dos sucessos recentes de "Patati Patatá","Galinha Pintadinha" e "Peppa Pig", o licenciamento de produtos como brinquedos mochilas e roupas infantis também está na mira do novo Fofão. Existem inclusive planos para relançar o boneco do Fofão.
Produzido pela Brinquedos Mimo, a réplica virou assunto de uma das lendas urbanas mais famosas dos anos 90. Um boato dizia que havia um punhal escondido dentro do corpo de cada exemplar. "Chegaram a dizer que eu tinha pacto com demônio", lembra Pessini.
Ele não sabe ao certo a origem dos boatos, mas já ouviu dizer que um pastor evangélico foi quem começou. "O problema é que ninguém pode fazer sucesso no Brasil", afirma. "Vê se algum personagem da Disney já sofreu com algo assim?", questiona. "Nem o Chucky, o boneco assassino, tinha uma história dessa", diz Pessini.
Fonte: UOL
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